A dor de cabeça é um dos sintomas mais comuns no dia a dia, mas também um dos mais negligenciados. Estresse, noites mal dormidas, jejum prolongado, desidratação e uso excessivo de telas estão entre as principais causas do problema, segundo a otorrinolaringologista Dra. Roberta Pilla, membro da ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial).
“A cefaleia pode ter origens muito variadas. Em alguns casos, está relacionada a fatores simples do cotidiano, mas também pode indicar condições mais graves, como sinusites, hipertensão arterial ou distúrbios neurológicos. Por isso, quando é recorrente, precisa ser investigada”, explica a médica.
As dores de cabeça são divididas em primárias (como enxaqueca e cefaleia tensional) e secundárias, que surgem como consequência de outras doenças desde infecções virais simples até distúrbios metabólicos ou traumas.
Nos quadros leves, o uso pontual de medicamentos isentos de prescrição (os chamados MIPs) pode ajudar. Entre eles estão paracetamol, dipirona sódica e ibuprofeno desde que usados com critério. “Mesmo os analgésicos de venda livre devem ser usados com responsabilidade. Se a dor é frequente ou vem acompanhada de outros sintomas, é hora de buscar um médico”, reforça a especialista.
Entenda as diferenças entre os principais analgésicos
Paracetamol: age no sistema nervoso central e é indicado para dores leves a moderadas. Deve ser evitado por pessoas com doenças hepáticas. O uso excessivo pode causar lesão no fígado.
Dipirona sódica: tem efeito analgésico e antitérmico. É eficaz contra dores moderadas, mas pode causar reações alérgicas e, em casos raros, alterações hematológicas.
Ibuprofeno: anti-inflamatório não esteroide, eficaz em dores tensionais e inflamatórias. Deve ser evitado por pessoas com úlcera gástrica, insuficiência renal ou alergia a AINEs.
“Todos podem ser usados de forma segura para aliviar dores leves, desde que respeitadas as contraindicações e a orientação médica. Nenhum medicamento é completamente inofensivo”, ressalta a Dra. Roberta Pilla.
A automedicação, especialmente em casos de dor de cabeça recorrente, pode mascarar doenças mais sérias e até piorar o quadro. “Existe um fenômeno chamado cefaleia por uso excessivo de medicação, em que o próprio remédio passa a causar dor. O ideal é tratar a causa, não apenas o sintoma”, alerta a médica.
Entre os principais riscos do uso abusivo estão lesão hepática (paracetamol), alterações hematológicas (dipirona) e problemas gástricos e renais (ibuprofeno).
Dra. Roberta Pilla reforça que o primeiro passo para o controle das dores é identificar seus gatilhos e manter hábitos saudáveis: sono regular, boa hidratação, alimentação equilibrada e pausas das telas. “Cuidar da saúde é também respeitar os sinais do corpo. A dor de cabeça é um deles”, finaliza a médica.
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