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O Aeroporto Regional de Maringá vive uma virada histórica. Pela primeira vez, o terminal superou o aeroporto de Londrina — seu principal concorrente regional — em número de voos e movimentação de passageiros.
Em entrevista ao podcast Ponto a Ponto, do Jornal Maringá Post, o superintendente Gustavo Vieira explicou como uma decisão técnica e uma negociação direta com companhias aéreas transformaram o desempenho do aeroporto em poucos meses.
“A minha intenção foi explorar as fraquezas de Londrina. O aeroporto de lá está no meio da cidade, tem restrições operacionais e não consegue receber certos tipos de aeronave”, explicou Vieira. “Uma dessas é o A321, operado pela Latam, que tem 42 assentos a mais que o modelo anterior. A gente conseguiu trazer essas operações para Maringá.”
Estratégia técnica e ampliação de oferta de voos
Segundo Gustavo Vieira, a substituição das aeronaves menores pelo Airbus A321, em rotas para Guarulhos e Congonhas, foi decisiva para o salto no número de passageiros. Cada voo passou a transportar dezenas de pessoas a mais, o que, multiplicado pelas seis frequências diárias da Latam, gerou um aumento expressivo de capacidade e receita.
“Parece pouco, mas quando você multiplica 42 assentos por seis voos diários, por semana, por mês, o resultado é enorme. Isso puxa a receita, puxa o processamento de passageiros e incentiva as companhias a ampliar suas operações”, destacou.
O superintendente explica que, do ponto de vista da administração pública, o custo operacional é o mesmo, independentemente da quantidade de voos, o que torna o ganho ainda mais relevante. “Para nós, não há diferença em atender um, dois ou vinte voos. Então, aumentar a movimentação é puro ganho de eficiência”, afirma.
Maringá assume a dianteira regional e mira o futuro
Os resultados confirmam a ascensão do terminal. Atualmente, o Aeroporto de Maringá opera 80 voos por semana, enquanto Londrina tem 55 voos semanais. A diferença de movimentação, segundo Vieira, cresceu rapidamente em 2025.
“Em janeiro, a diferença era de pouco mais de mil passageiros. No mês passado, já foram 25 mil a mais do que Londrina. Hoje, Maringá é o segundo maior aeroporto regional do Sul do Brasil, só perde para Navegantes”, afirmou.
A meta, segundo o superintendente, é ousada: tornar Maringá o primeiro aeroporto regional do Sul do Brasil até 2028. O plano é sustentado por investimentos em infraestrutura, ampliação da malha aérea e a consolidação do terminal como um hub de negócios e turismo.
“Nada é impossível. Estamos trabalhando para isso. O que aconteceu aqui foi o resultado de uma gestão técnica, que sabe negociar e busca eficiência”, conclui Vieira.
Serviço:
O corte faz parte da entrevista completa com Gustavo Vieira, superintendente do Aeroporto Regional de Maringá, disponível no canal do Maringá Post no YouTube, no episódio do podcast Ponto a Ponto, apresentado por Ronaldo Nezo e produzido pela V Mark Estúdio.
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